Estava pensando em como é bonita a alegria de ser criança. Se divertir sem ninguém criticar, sem ter medo de quem vai olhar, se aquele gatinho vai ou não gostar ou se aquela sua amiga vai ser louca com você. Quando você é criança você é livre, é quase uma andorinha. Se sujar, lava. Se rasgar, costura. Se machucar, cura. É tudo tão simples e normal. Naturalmente normal. Pular e pular e o único limite é o chão.
Na infância o sorriso é mais sincero, as gargalhadas mais profundas, as músicas entoadas mais alegremente. Os dramas mais intensos e mais curtos, por motivos mais importantes, pois, é mais importante chorar pelo brinquedo quebrado do que pelo menino idiota que te deu um fora. Intensidade é a palavra chave. Por mais que hoje em dia tenha muita criança obesa com problemas de miopia graças às tecnologias do mundo atual, ainda há quem gire, pule, grite, corra, salte, cante, e tudo isso com tremenda intensidade, como se fosse sempre o último dia de suas vidas.
Todos os pais reclamam quando sujam as roupas limpinhas, mas quando o filho tem dezesseis anos eles bem que gostariam que todos os problemas se resolvem com Omo, porque agora concordam que se sujar realmente faz bem. Quando os pequenos se machucam eles ficam preocupados e questionam-se o porque de não prestarem nunca atenção no que fazem, mas quando o filha tem dezesseis anos eles rezam para que a briga com a melhor amiga seja curada como que com Merthiolate, porque Merthiolate não dói nem arde.
Ser criança é tão prazeroso e leve que sempre me pergunto : por que somos obrigados a crescer?